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Photo by Austin Chan on Unsplash 

As perguntas aparecem na minha cabeça continuamente. Perguntas sobre o porquê de tudo. Desde que me lembro, tenho tido essas perguntas. Raramente lhes pergunto em voz alta. Já não faço. Os meus pais não tinham respostas ou diziam algo para me agradar. Os professores às vezes acharam difícil e puseram o assunto de lado.  

Quando olho para trás para a minha vida, descubro um ponto de viragem aos 21 anos; em 1970. Então, há 50 anos. Então, inconscientemente, decidi que ninguém à minha volta tem as respostas. Isso deu-me paz de espírito.

Isto permitiu-me funcionar razoavelmente na sociedade. Estudar, trabalhar, casar, ter filhos. Em suma, vivi uma vida normal para o mundo exterior. No entanto, nos momentos calmos, as perguntas sempre ressuscitaram. Mas fiz esses momentos escassos continuando a ficar em ação. 

Não podia combinar a vida social com o silêncio desejado. Pensei regularmente que teria de viver num mosteiro ou algures nos Himalaias. No fundo do meu coração, achei que nada podia dar mais satisfação do que viver num ashram. 

Usei os últimos cinco anos, com tentativa e erro, para me distanciar da sociedade e criar cada vez mais silêncio na minha vida. E nesses silêncios, as respostas aparecem.

Agora sei que é essencial para mim ficar quieto. Também sei que é essencial que todas as pessoas fiquem quietas. Não podemos parar os nossos pensamentos e nem os medos e emoções associados nos nossos corpos. É razão suficiente para eu investigar de onde vem tudo. 

Para tal, podemos ir para as profundezas e criar tanta distância de pensar que já não tem qualquer influência. Só então, nesse profundo silêncio, é que se torna claro quem somos. Posso dizer-vos que somos mais do que seres físicos que afundaram na lama da matéria como escravos da sociedade de recompensa. 

Tanto quanto sei, somos seres espirituais infinitos que vivem uma vida terrena, e para isso todos os meios estão disponíveis para todos. Sim, para todos. Mas quando vejo o que se passa no mundo, é mais uma guerra mundial perpétua do que um paraíso. 

O que é que se passa? 

Há outra pergunta.

Se um for respondido, o próximo virá.